Tenho visto muitos profissionais ruins ganharem posições de outros melhores, apenas porque estes não sabem se vender, se acanham nas suas posições e na externalização de suas capacidades, ou são comedidos em excesso, passando por simplórios.
É importante que se diga: essa reflexão vale para todos. Inclusive empresários e diretores de empresas que normalmente, por já ocuparem um nível aparentemente mais confortável, também negligenciam essa competência. Não são apenas profissionais em busca de recolocação no mercado ou que estão em níveis hierárquicos menores que apresentam essa dificuldade.
Em algum momento, você certamente já foi preterido em favor de outro, seja numa negociação, numa entrevista, ao tentar vender uma ideia para a sua equipe ou a um cliente. Mesmo sendo mais competente, tendo a melhor oportunidade na cabeça ou em mãos, você ficou para trás.
O certo é que quem não sabe se vender perde muitas oportunidades. Não interessa sua formação, função ou posição. Se em casa, na rua ou na empresa. Todos nós deveríamos saber disso e se dedicar a melhorar a habilidade de se comunicar. Mas infelizmente não é o que ocorre.
Embora reconheçam sua relevância, as pessoas não dão a devida atenção para essa competência comportamental de saber externalizar a sua trajetória, os seus diferenciais, suas habilidades e suas virtudes. Em síntese, sua capacidade de se apresentar e de criar atratividade sobre si e se vender.
É fundamental que fique claro. Não me refiro a enganar com realizações infladas, fanfarronices ou marketing raso, tentando driblar os demais sobre suas qualidades. Ao contrário, é demonstrar a sua real capacidade de entrega e de contribuição. Seus valores, realizações e potencialidades.
Percebo que muitos até dão atenção e reconhecem que isso é importante. Mas é necessário muito mais. Significa agir efetivamente definindo atitudes para vencer o medo, a timidez ou melhorar a autoconfiança. Treinar, acima de tudo, a exposição.
Nas entrevistas, por exemplo, espera-se que tenham ao menos clareza de como sua trajetória foi impactante ou ainda pode impactar a vida dos outros e da empresa. Não interessa quão longeva ou o nível de relevância de sua carreira, todo mundo já fez ou viveu algo interessante e do qual pode se orgulhar. Mas muitos não conseguem ir além do básico e frequentemente é necessário dispender um esforço enorme para extrair o mínimo.
Outros, com currículo menos atraente e trajetórias menos impactantes são capazes de demonstrar e exemplificar seus conhecimentos e suas habilidades com eficácia e fluidez. Fazem exercício de futurologia e se transportam aos locais onde serão demandados e de como serão capazes de se comportar, causando uma boa primeira impressão.
Essa boa impressão não vai fazer você sair vitorioso, mas ela será responsável por mantê-lo no jogo, e quem sabe, dar a oportunidade necessária de demonstrar o seu efetivo valor. Às vezes, por falta dessa habilidade, os profissionais sequer conseguem evidenciar o quanto são bons nas demais competências.
Creio que ao menos três pontos são fundamentais:
(i) reconhecer de uma vez por todas a relevância dessa competência na vida profissional e pessoal;
(ii) vencer a timidez ou mesmo a soberba e buscar ajuda caso esse seja o seu ponto fraco; e,
(iii) treinar muito, se expondo, sempre que tiver oportunidade.
Existem profissionais que tem dificuldades até de falar sobre si. De onde veio, por onde passou, quais foram os seus pontos altos na vida profissional e pessoal e os resultados que alcançou. Ou o que fez diante de determinadas situações da sua alçada.
Quando instados a falar, resumem sua vida em menos de dois minutos de prosa. Quando não concluem com um enfadonho ‘é mais ou menos isso’. Se forem alertados sobre a resposta rasa, ainda se corre o risco de ouvir: eu sou muito objetivo.
Vale lembrar que quase todas as posições atuais exigem habilidades de liderança e a boa comunicação é essencial nesse sentido. Então está na hora de encarar esse desafio com firmeza e se preparar.
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