Ninguém tem dúvidas, ou pelo menos não deveria ter, de que o networking é uma ferramenta poderosa e fundamental quando se trata de alcançar o sucesso profissional. Num mundo hiper conectado como o atual, tornou-se uma competência quase vital.
Ocorre que muitas pessoas ainda subestimam essa importância ou sentem-se desconfortáveis ao se envolverem em atividades que requerem networking. É fundamental compreender que tanto introvertidos quanto extrovertidos têm papéis cruciais para desempenhar nesse processo e que suas abordagens podem ser igualmente eficazes.
O primeiro passo talvez seja entender, principalmente para os introvertidos, a importância que essa estratégia possui, dado que para eles pode existir um grande gasto de energia, como uma tarefa cansativa que descarrega o que os estudiosos no assunto chamam de bateria social.
Nesse sentido, o networking não é apenas uma tarefa de construir uma longa lista de contatos profissionais como já escrevi aqui. Trata-se de estabelecer relacionamentos genuínos e valiosos (por isso recíprocos) que podem contribuir para a carreira de várias maneiras.
Vou resumir três:
(i) Oportunidades de trabalho é talvez a primeira e mais óbvia. Mesmo que, em função das mídias sociais, a capilaridade do anúncio de vagas seja cada vez mais eficaz, muitas vagas de emprego são preenchidas por meio de referências. Ter uma rede sólida e conectada pode aumentar significativamente suas chances.
Mas, (ii) oportunizar aprendizado e crescimento através do networking é outra grande forma do networking te ajudar. Você pode aprender com as experiências de sua rede, obtendo conselhos valiosos e se manter atualizado sobre as tendências da sua área de atuação o que pode acelerar seu desenvolvimento profissional.
Networking também é (iii) Credibilidade. Por isso, conectar-se com pessoas respeitadas em sua área pode ajudar a construir sua própria credibilidade e confiança profissional. A confiança é um ativo cada vez mais relevante no ambiente profissional.
Obviamente que introvertidos e extrovertidos têm abordagens diferentes quando se trata de networking. Eu explico, extrovertidos normalmente são mais sociáveis e abertos à interação social, acelerando as conexões muitas vezes apoiados na comunicação eloquente ou no alto nível de exposição.
Mas, os introvertidos podem ter suas próprias vantagens e se munir de algumas estratégias que ajudarão na construção de uma rede poderosa e de alto valor agregado. Vou citar algumas que tenho percebido ao longo da minha jornada profissional.
(i) Ouvintes atentos e ativos. Os introvertidos tendem a ouvir mais do que falam, absorvendo o que é dito e o que muitas vezes não é dito nas conversas em grupo ou mesmo individualmente. Esse fato pode ajudá-los a entender melhor as necessidades e desejos de suas conexões, munindo-os de subsídios na hora de se manifestarem.
Por consequência, os introvertidos são (ii) observadores atentos, o que permite que reúnam informações sobre posturas, vestimentas, narrativas e outros aspectos não evidentes e que muitas vezes passam desapercebidas pelos demais. Adicionalmente esse aspecto cria oportunidade para tornar as (iii) relações mais profundas, genuínas, confiáveis e solidárias.
Por fim, os introvertidos tendem a (iv) exercitar a sua curiosidade, conduzindo as conversas na direção que lhes convier, sem a necessidade deles estarem sob os holofotes, o que lhes dá uma grande vantagem competitiva para criar conexões, ao mesmo tempo que a sua natureza reflexiva pode torná-los excelentes (v) pensadores estratégicos.
Independente de qual o seu perfil, é importante tomar ciência da importância que um bom networking possui, na necessidade de alimentá-la continuamente e de manter o foco na qualidade da rede, não na quantidade.
E lembre-se que não é apenas sobre o que você pode obter da sua rede, mas também sobre o valor que você pode oferecer aos outros, construindo relacionamentos genuínos e colaborativos.
Até a próxima.